Este caso aconteceu há cerca de cinco anos no aniversário de uma amiga minha
no sítio que seus pais tinham no Rio de Janeiro.
Éramos onze pessoas no total. E fomos para seu aniversário e dormimos por lá
mesmo de sábado para domingo. Os pais dela não estavam. O que ocorreu foi o
seguinte: tínhamos um amigo que prefiro não dizer o nome e chamá-lo de Antônio
para preservá-lo. Ele estava junto neste dia. Acontece que ele era um cara muito
brincalhão e vivia pregando peças nos outros, dando sustos, etc... vivia fazendo
isso com todos nós.
Neste dia estava bastante frio e já havia escurecido e tinha um luar muito
legal, meio amarelado lá fora e o sítio desta amiga minha possuía uma porta nos
fundos da cozinha que dava para uma varanda bem grande e um imenso terreno com
muitas árvores nos fundos e mato alto em alguns pontos, pois o sítio estava
bastante mal cuidado.
Acontece que eu e um dos amigos nossos saímos da cozinha e fomos para fora nesta
varanda que dava vista para o imenso terreno. Estávamos lá fora na varanda
conversando os dois, quando de repente vimos bem ao longe, no terreno iluminado
pelo luar um vulto escuro como se estivesse de capa e a cabeça meio descoberta.
Quando a gente viu aquilo um olhou para o outro e dissemos "é o Antônio". E eu
disse que ele queria pregar mais uma peça em todos nós e nos meter medo. Meu
amigo disse então vamos dar uma lição nele. E nós dois partimos em direção a ele
correndo e rindo, a gente ia dar uns bons cascudos nele para deixar de ser
besta.
Estávamos correndo e rindo e quando estávamos já distante um pouco da casa,
quando quatro de nossos amigos, uma delas a aniversariante, saíram de dentro da
casa e chegaram na varanda e um deles gritou o que a gente estava fazendo. A
gente rindo e correndo virou ao mesmo tempo para eles e aí que percebemos que o
Antônio estava lá também. Foi aí que quase imediatamente viramos para frente
como quem diz, se o Antônio está lá, quem está no fundo do terreno??? E aí que o
sangue gelou e o coração quase saiu pela boca. Ainda estávamos há uns trinta
passos para alcançar aquilo e paramos instantaneamente de correr e olhamos para
aquilo com mais atenção e era horrendo.
Algo com uma capa escura e muito mas muito pálido e vimos que jamais seria o
Antônio ou qualquer pessoa pois era muito mais alto que o normal. Aquilo deveria
ter no mínimo dois metros de altura, pois eu e meu amigo já somos altos em torno
de 1,80 de altura e a coisa era corcunda meio curvada e a boca era reta com
olhos fundos, meu amigo depois ainda me contou que tinha dedos imensamente
longos e finos para ser uma pessoa de verdade, isto eu nem reparei pois corremos
feito dois desesperados em direção a casa do sítio, porque para piorar antes de
sairmos em disparada, a coisa bufou que nem um cavalo, fazendo aquele barulho
característico de cavalo quando bufa. O que aconteceu a seguir foi um desespero
de quem chegava primeiro a casa do sítio e um tropeçando em cima do outro no
meio do caminho. Ao chegarmos na varanda em total desespero eles não entendiam
nada e viram que não era nenhuma brincadeira nossa, pelo nosso estado, pelas
nossas caras.
Depois com mais calma, lá dentro, aquele alvoroço todo. Um de nossos amigos que
estava lá fora com o Antônio e a aniversariante disse que realmente ouviu um
barulho que parecia de cavalo bufando mas não tinha ouvido mais nada. Já o
Antônio e a aniversariante não viram nem ouviram nada, somente o nosso desespero
em chegar a casa e a outra amiga nossa que também chegou junto na varanda disse
que apenas viu algo que parecia uma pessoa bem ao longe da gente, entre as
árvores, mas que não conseguia definir o que era e logo em seguida ficou
prestando atenção na gente correndo e quando fixou a sua visão para o fundo do
sítio já não viu mais nada só o luar fraco refletindo nas árvores e no mato.
Foi a coisa mais horripilante que já me aconteceu e ao meu amigo também. Jamais
vou esquecer aquilo.
André - Rio de Janeiro - RJ